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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Odeio "aborrecentes"!

Se tem uma coisa que me deixa com "sangue nos zói", essa é o uso do termo pejorativo para qualificar a faixa etária das descobertas, conflitos e definições, a adolescência. O vocábulo em questão transmite a ideia de aborrecimento, desordem ou anarquia mesmo, o que não posso concordar. Como muitos sabem, tenho verdadeira paixão pela fase em questão. Comecei o Ministério servindo justamente, o que chamamos em Aimorés-MG (onde o Chamado me encontrou) de pré-adolescentes, entre 10 e 13 e posteriormente, a galerinha até os 17, se bem que, alguns recusavam-se a "cruzar o rio" para a vida adulta, o que é compreensível na maioria dos casos. De 2000 à 2006 acompanhei a transição de vários irmãos que tenho hoje como filhos. Acho que basta pra falar do amor e apreço que tenho no cuidado desse nicho determinante para o futuro, não só da igreja, mas da sociedade como um todo.


O que pode levar alguém a imaginar que pulou da infância para a vida adulta? Será que formam dormir com 10 e acordaram com 18 anos? DIVI-DE-Ó-DÓ! Por mais que em dados momentos quisesse fazer os dias passarem como meses, enfrentei minha etapa!

Penso que pessoas mau resolvidas com a própria vida, em particular, com o período em questão, tendem a desprezá-lo. Outro fator que leva a tal menosprezo é a arrogância de quem esqueceu o tanto de dúvidas cultivou nessa época.

No trato com esses irmãos, aprendi a avaliar situações de forma holística, integral... Os tais "aborrecentes" são muito transparentes e seus atos e palavras, mesmo quando não falam o que pensam, estampam nas feições!

Aprendi que eles só precisam de amor, companheirismo e pasmem, DISCIPLINA... clamam por isso! Lembro-me da despedida que me fizeram quando precisei deixá-los para estudar (dez/2006), um dos rapazes, em lágrimas, me  fez a seguinte pergunta: "E AGORA, QUEM VAI CHAMAR MINHA ATENÇÃO QUANDO EU VACILAR?".

Já no IBEL, uma irmã me liga de um congresso que acabara de chegar e disse o seguinte: "Max, estou pegando as meninas e voltaremos ainda hoje pra casa, não fico aqui. Max, tudo o que você nos ensinou sobre ficar, ela (uma irmã que havia assumido o Ministério) contradisse. Max, sabe o que ela disse? -Aproveitem mesmo, beijem muito, eu fazia igualzinho na minha época! Max, não aceitamos a liderança dela!

Há 2 meses recebi de uma irmã, uma mensagem na rede social informando que estava disposta a voltar a Cristo e à igreja, que não conseguia esquecer o que aprendeu sobre um relacionamento com Deus.


Esses dias mais, um dos "filhos" entra em contato dizendo que enquanto ministrava na Igreja, lembrava das nossas conversas e do discipulado.

Não há aqui qualquer tentativa de gloriar-me, cito apenas para que fique claro... investir no adolescente e colher pra toda a vida!

Vale muito a pena ora, chorar, amar, esquentar a cabeça, andar junto, admoestar e tudo isso sem a barreira de conceitos forjados por frustrações de terceiros. Para alguns a adolescência é o período marcado pela esquisitice e rebeldia. Discordo! Penso que a idade das descobertas é marcada pelo empreendedorismo, arrojo, vontade, serviço e transbordante disposição, esperando apenas quem os direcione seguramente.

Ah, dê uma olhadinha em um pequeno resumo do tema "adolescentes" aqui.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom mesmo!!! Eu também tenho fascínio e respeito por esta fase cheia de descobertas e conflitos da vida. Fui uma típica adolescente (dá pra me imaginar usando coturno e batendo cabeça??? rsrs) e foi exatamente nesta época que fiz os maiores compromissos com Deus! Concordo piamente que os nossos fofos rebeldes requerem e merecem uma atenção toda especial porque são MUITO ESPECIAIS!!!

Filósofo Calvinista disse...

Excelente texto. Falta gente habilitada pra trabalhar com esse público que requer atenção mais que especial. Estarei pregando, próximo domingo, sobre a suficiência das escrituras, em minha igreja, e meu foco vai ser que a única coisa que pode segurar um adolescente na igreja é a palavra de Deus. Programações conseguem por algum tempo. Quando elas não acontecerem eles irão embora. É isso que tem ocorrido com muitos filhos d e pastores, presbítero e liderança em geral. Não quero que aconteça com os meus. Eles precisam da palavra de Deus.

Tudo de bom!

Publiquei recentemente sobre "Heterofobia: preconceito e perseguição aos heterossexuais". Se der, passa lá:

http://filosofiacalvinista.blogspot.com/