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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Discipulado não é mágica!

Desde 2004 invisto bastante tempo em discipulado pessoal. Nesse período conheci várias literaturas com o tema ou alusivos a ele, aproveitei muita coisa, reutilizei outras tantas, reciclei idéias, elaborei materiais e depois disso tudo, quase 11(onze) anos, uma certeza: "Não existe mágica no discipulado!" 

Tendo visto tanto material, a grande tentação é sucumbir a tirania do pragmatismo de resultados rápidos e adotar métodos enlatados de ministérios e/ou igrejas ao redor do mundo, que até podem ter dado certo naquele contexto e com muita sorte dará certo fora dele; o mais interessante é que nem precisa ser método estrangeiro para falhar em outras aplicações. Num país continental como o nosso, um método pensado para a região norte, por exemplo, certamente terá dificuldades no sul/sudeste. Desta forma, conhecer o povo com quem se trabalha é o primeiro e mais importante passo que alguém interessado em desenvolver um trabalho eficaz de discipulado pode tomar. Sem isso, não importa o quão bem sucedido o método A, B, C ou D, tenha sido em seus propósitos, muito menos a experiência e tempo de ministério do proponente, e menos ainda sua boa vontade, sem conhecer o seu povo, o discipulado é apenas um programa a mais, mais uma agenda na vida já sobrecarregada dos nosso dias.

O tempo para adquirir tal conhecimento depende totalmente do comprometimento do líder com o povo. Em média, quase um ano andando junto, observando, aprendendo, experimentando, sentindo o povo, entendendo sua forma de pensar, agir, expressar, grau de escolaridade, interesses, hábitos de diversão e tantas outras situações ... enfim, é impossível aplicar algo sem saber a real necessidade do povo. 

Sei que a necessidade geral e o que se busca com o discipulado é que pareçam cada vez mais com Jesus. Mesmo com um propósito tão fixo e claramente definido, a forma de comunicar os conceitos que devem ser adotados varia muito de contexto para contexto. 

Haverá pouco sentido num programa focado em fomentar oração em contexto onde não há dificuldades com oração, da mesma maneira, será inócuo um programa focado no serviço dos crentes onde o trabalho for uma marca patente. Por isso, observar é obrigatório. Se não houver paciência para observar, é melhor que tente outra coisa, o discipulado não acontecerá de maneira correta e seus resultado não serão duradouros!

Como período inicial, dando ensejo para o que falei anteriormente, tenho utilizado estudos expositivos da primeira carta de João, parágrafo por parágrafo, versículo por versículo, um verdadeiro manual de vida e prática cristã. Altamente confrontador, o estudo expositivo da carta tem como objetivo gerar crises, isso mesmo, CRISES! Todas visando CRESCIMENTO E MATURIDADE. Os discipulandos são desafiados todo o tempo para que vivam de modo digno, submetam-se a Deus, Sua Palavra, fechem as brechas encontradas, além é claro, de preparar-se para em momento posterior, discipular outros.

*Para uma boa compreensão do texto sugerido, é interessante conhecer e ter bons comentários bíblicos. 

Contudo, comece pela oração. Seja disposto às mudanças e acredite, ocorrerão! Em seguida, vá para o texto, leia os 5 (cinco) capítulos da carta diariamente até que você mesmo seja confrontado e desafiado. Anote tudo, revise e seja ensinável. Você não ensinará antes que aprenda!

Lembre-se: Discipulado não é mágica!