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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dando a "Cezar" o que a "ele" pertence!

Diferente do que muita gente pensa, ser pastor em tempo integral não coisa fácil. Quando o assunto é "a família do pastor", é ainda mais complicado. 
Devido ao senso de responsabilidade e grandeza do Ministério que me é proposto, me sinto tentado a negligenciar "meu porto seguro", meu lar, minha família. Não é incomum chegar em casa matutando sobre algo ocorrido no gabinete, ou em visita, ou ainda sobre uma questão pontual e de resolução difícil. Reconheço que não consigo dicotomizar o que faço do que vivo e que por vezes levei, desnecessariamente, tensões para o lar.  

Tenho uma linda esposa para cuidar e um rapazinho (Rafael) de quase 6 anos que precisa da minha presença e do meu convívio, ele está na fase das referências e tudo o que deseja, é que eu esteja presente, o tanto que for possível. Tenho trabalhado muito em apresentações do PREZI e no novo site da igreja (click aqui e conheça o antigo), o que me leva grande parte do tempo, além de precisar de uma conexão razoavelmente rápida, o que na rede compartilhada da igreja é impossível. Assim, uma vez por semana, geralmente na quinta-feira, na parte da manhã, não estou no templo, mas no escritório em casa. 

Notei no meu filho algo que me chamou a atenção; como o escritório fica na edícula (casinha menor, na verdade um quarto e banheiro que transformei em escritório), não é fácil notar que estou em casa. Então, num desses dias foram notar que eu estava em casa às 11:00h, hora que via de regra, chego para o almoço. "PAI, EU NÃO SABIA QUE VOCÊ ESTAVA EM CASA, VOCÊ NEM ME FALOU!" dizia ele num misto de alegria e lamento, quase um pedido de desculpas. Na próxima semana, por volta das 9:00h, adivinhem quem apareceu? Isso mesmo, o Rafa, e sabem o que ele falou na quela empolgação ensurdecedora: "PAI EU SABIA QUE VOCÊ ESTAVA AQUI!"... sentou-se no meu colo e ali ficou sem nada dizer, quietinho por quase uma hora (quem o conhece sabe que vê-lo inerte é muitíssimo improvável). Em suma... além do pastor, ele precisa muito mais do pai. Percebi o quanto ele fica feliz em estar perto de mim. Mesmo que eu não possa brincar com ele naquele momento, ele está satisfeito por saber que estou ali.
Lembro-me de Jesus falando aos discípulos sobre o dinheiro do Império Romano ser usado para os devidos fins, não devendo os mesmos sonegar impostos... dariam ao Imperador o que a ele pertencia. 

Resumindo: Decidi priorizar o que é prioritário, é evidente que com essa postura não enfatizo uma suposta inferioridade do Ministério em relação à família, mas não roubarei, nem trocarei o pouco tempo que tenho com os meus... Esposa e filho agradecem.

Que o Senhor me ajude nessa decisão!

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