Se tem uma coisa que me deixa com "sangue nos zói", essa é o uso do termo pejorativo para qualificar a faixa etária das descobertas, conflitos e definições, a adolescência. O vocábulo em questão transmite a ideia de aborrecimento, desordem ou anarquia mesmo, o que não posso concordar. Como muitos sabem, tenho verdadeira paixão pela fase em questão. Comecei o Ministério servindo justamente, o que chamamos em Aimorés-MG (onde o Chamado me encontrou) de pré-adolescentes, entre 10 e 13 e posteriormente, a galerinha até os 17, se bem que, alguns recusavam-se a "cruzar o rio" para a vida adulta, o que é compreensível na maioria dos casos. De 2000 à 2006 acompanhei a transição de vários irmãos que tenho hoje como filhos. Acho que basta pra falar do amor e apreço que tenho no cuidado desse nicho determinante para o futuro, não só da igreja, mas da sociedade como um todo.

O que pode levar alguém a imaginar que pulou da infância para a vida adulta? Será que formam dormir com 10 e acordaram com 18 anos? DIVI-DE-Ó-DÓ! Por mais que em dados momentos quisesse fazer os dias passarem como meses, enfrentei minha etapa!
Penso que pessoas mau resolvidas com a própria vida, em particular, com o período em questão, tendem a desprezá-lo. Outro fator que leva a tal menosprezo é a arrogância de quem esqueceu o tanto de dúvidas cultivou nessa época.
No trato com esses irmãos, aprendi a avaliar situações de forma holística, integral... Os tais "aborrecentes" são muito transparentes e seus atos e palavras, mesmo quando não falam o que pensam, estampam nas feições!
Aprendi que eles só precisam de amor, companheirismo e pasmem, DISCIPLINA... clamam por isso! Lembro-me da despedida que me fizeram quando precisei deixá-los para estudar (dez/2006), um dos rapazes, em lágrimas, me fez a seguinte pergunta: "E AGORA, QUEM VAI CHAMAR MINHA ATENÇÃO QUANDO EU VACILAR?".

Já no
IBEL, uma irmã me liga de um congresso que acabara de chegar e disse o seguinte: "Max, estou pegando as meninas e voltaremos ainda hoje pra casa, não fico aqui. Max, tudo o que você nos ensinou sobre ficar, ela (uma irmã que havia assumido o Ministério) contradisse. Max, sabe o que ela disse? -
Aproveitem mesmo, beijem muito, eu fazia igualzinho na minha época! Max, não aceitamos a liderança dela!
Há 2 meses recebi de uma irmã, uma mensagem na rede social informando que estava disposta a voltar a Cristo e à igreja, que não conseguia esquecer o que aprendeu sobre um relacionamento com Deus.
Esses dias mais, um dos "filhos" entra em contato dizendo que enquanto ministrava na Igreja, lembrava das nossas conversas e do discipulado.
Não há aqui qualquer tentativa de gloriar-me, cito apenas para que fique claro...
investir no adolescente e colher pra toda a vida!

Vale muito a pena ora, chorar, amar, esquentar a cabeça, andar junto, admoestar e tudo isso sem a barreira de conceitos forjados por frustrações de terceiros. Para alguns a adolescência é o período marcado pela esquisitice e rebeldia. Discordo! Penso que a idade das descobertas é marcada pelo empreendedorismo, arrojo, vontade, serviço e transbordante disposição, esperando apenas quem os direcione seguramente.
Ah, dê uma olhadinha em um pequeno resumo do tema "adolescentes"
aqui.
2 comentários:
Muito bom mesmo!!! Eu também tenho fascínio e respeito por esta fase cheia de descobertas e conflitos da vida. Fui uma típica adolescente (dá pra me imaginar usando coturno e batendo cabeça??? rsrs) e foi exatamente nesta época que fiz os maiores compromissos com Deus! Concordo piamente que os nossos fofos rebeldes requerem e merecem uma atenção toda especial porque são MUITO ESPECIAIS!!!
Excelente texto. Falta gente habilitada pra trabalhar com esse público que requer atenção mais que especial. Estarei pregando, próximo domingo, sobre a suficiência das escrituras, em minha igreja, e meu foco vai ser que a única coisa que pode segurar um adolescente na igreja é a palavra de Deus. Programações conseguem por algum tempo. Quando elas não acontecerem eles irão embora. É isso que tem ocorrido com muitos filhos d e pastores, presbítero e liderança em geral. Não quero que aconteça com os meus. Eles precisam da palavra de Deus.
Tudo de bom!
Publiquei recentemente sobre "Heterofobia: preconceito e perseguição aos heterossexuais". Se der, passa lá:
http://filosofiacalvinista.blogspot.com/
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